Fujo do dia em que a verdade trairá mostrando não só a mim, mas a todos aqui presentes que não existe tão grande aflição do que minha covardia. Já disseram alguns que escondo atrás de linhas mal alinhadas e palavras pouco abastadas. Nada além do que uma
bunda pessoa que insiste em amassar ínumeras películas componentes de almofadas próprias para assentos. É com isso que perco meu tempo.
Ahh! Mais belo do que ver a máscara de um falso
poeta profeta cair em desagrado ao se fazerem confusas orações e diálogos mal-criados, seria vê-lo confessar que bulhufas entende do mundo e das coisas boas. É por isso que publicamente assumo: CANSEI, nada sei da vida gloriosa cheia de fulgor e benevolência. Nada entendo dos sentimentos humanos que insistem em serem contraditórios. Ainda mais quando se fala do tão paradoxal amor.
Em rima ou prosa. Cantado ou falado. Esse tal de amor não me deixa em paz. Queria saber como é, quando vem, qual gosto e quem é que tem. Se encontro de forma mal encarada (porque não fantasmagórica) em minhas medrosas palavras ou se realmente existe. Com tantas negações cai-me a dúvida se devo agradecer por inspirar-me a esonder em símbolos gráficos carinhosamente ordenados ou se devo resmungar aos céus por nunca tê-lo visto.
Fica em minha mente a imagem do ser querido e de sentimento não vivido. Dos traços definidos e dos lábios macios. Aquele toque suave que inebria até mesmo os pensamentos mais firmes e matematicamente previsíveis. No mais me resta a sensação de fracasso em desejar adivinhar o que seria tal sensação. As minhas dúvidas. Grandes e folgosas dúvidas.
Termino mais uma noite cheio de divagações. Medroso e cambaliante me vem a mente é que poderia dizer: melhor do que qualquer doce mentira é saber que por mais dura a realidade seja é sempre ela que estará lá quando abrir os olhos e sentir na boca o gostinho da manhã. Talvez isso seja amor, talvez seja só minha contradição. Quem sabe?
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